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domingo, 2 de maio de 2010

Professor, o por que desta vida

Várias vezes me peguei pensando por que escolhi ser Professor. Acho que tudo na vida temos que analisar os prós e contras, porém descobri dentro de uma sala de aula, que a vida de professor era e é o que eu quero para mim. O convívio com pessoas, o ensino, a troca de experiências. Isso me fascina e me faz sentir prazer na minha profissão.

Existe um texto de Howard Hendricks que eu gosto muito e dá exatamente uma visão muito boa do que é ser um bom professor e formar caratér e opinião.

O texto chama:

"Eu não acredito em uma só palavra"

Quando cheguei à quinta série, eu carregava comigo todos os problemas de um garoto que se sentia inseguro, carente de amor e de mal com a vida. Em outras palavras, eu era um furacão destruidor. Porém, a Srta. Simon, minha professora, aparentemente imaginava que eu desconhecesse meu problema, porque costumava me dizer:

- Howard, você é o aluno mais malcomportado desta escola!

Eu gostaria que você me dissesse alguma coisa que eu ainda não saiba! – pensava comigo mesmo, enquanto continuava a melhorar (ou piorar) a opinião dela a meu respeito.

É desnecessário dizer que a quinta série foi, provavelmente, o pior ano de minha vida escolar. Finalmente, recebi o diploma – por motivos óbvios. Mas as palavras da Srta. Simon continuavam a soar em meus ouvidos. “Howard, você é o aluno mais malcomportado desta escola!”

Você pode imaginar quais eram as minhas expectativas quando entrei na sexta série. No primeiro dia de aula, minha professora, a Srta. Noe, começou a fazer a chamada, e não demorou muito para dizer o meu nome.

- Howard Hendricks – ela disse bem alto, desviando os olhos da lista para o lugar em que eu estava sentado com os braços cruzados, apenas aguardando o momento de entrar em ação. Ela olhou para mim por alguns instantes e prosseguiu: - Tenho ouvido falar muito de você. – Em seguida, sorriu e complementou: - Mas eu não acredito em uma só palavra!

Vou contar-lhe uma coisa. Aquele momento foi o ponto decisivo, não apenas em minha educação, mas também em minha vida. De repente, inesperadamente, alguém acreditou em mim. A Srta. Noe incumbiu-me de tarefas especiais. Ela me solicitava pequenos serviços. Convidava-me para ir a sua casa depois da escola para me dar aulas de reforço sobre leitura e aritmética. Ela me desafiava a alcançar padrões cada vez mais altos.

Eu não queria desapontá-la por nada deste mundo. Certa vez, envolvi-me tanto com um dever de casa que fiquei acordado até 1h30 da madrugada para terminá-lo! Meu pai apareceu no hall e perguntou:

- O que houve filho? Está doente?

- Não, estou fazendo meu dever de casa – respondi.

Ele piscou e coçou os olhos para ter certeza de que estava acordado. Ele nunca me ouvira dizer tal coisa antes.

O que fez diferença entre a quinta e sexta séries? O fato de alguém estar disposto a dar-me uma chance. Alguém se dispôs a acreditar em mim e me desafiou a ter expectativas mais amplas. Aquilo foi um risco, porque não havia garantias de que eu mereceria a confiança da Srta. Noe.

Todos apreciam o bom trabalho de um mentor, principalmente quando seus esforços resultam em sucesso – um atleta famoso, um empresário próspero, um advogado brilhante, um comunicador de grande talento. Mas quantos de nós desejamos dar início a esse trabalho?

Howard Hendricks

São por esses motivos que cada dia que passa eu penso em melhorar como professor, tento a medida do possível não apenas passar o conhecimento, penso sim e ajudar a formar realmente seres humanos, com dignidade, responsabilidade. Verdadeiros cidadãos.