Atualizações

O blog terá duas datas de atualizações. Será atualizado as quarta e domingo.

Acompanhem, dêem suas opiniões, criticas e/ou sugestões de temas.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Os Quatro Poderes

Os Quatro poderes

Dias atrás estava pensando quais as maneiras que posso influenciar meu filho, meus alunos ou as pessoas que estão ao meu redor. Pensei em quatro tipos de poderes.

O primeiro que pensei foi o Hadouken, esse poder, se alguém não conhece, é muito utilizado em videogames e tem pessoas que garantem que realmente existe. Consiste no controla na energia em um ponto específico e o desafio é canalizar essa energia e direcioná-la no alvo desejado.

Pensei na seguinte situação, quando alguém está fazendo alguma coisa errada e eu tentar dar um Hadouken, será que iria dar certo. Possivelmente estaria mais leve, contudo acho que não resolveria o meu problema. Antes de tudo, tenho que aprender a canalizar a minha energia. Depois dessa reflexão desisti do primeiro poder.

Fui para o segundo poder, o poder da . Esse poder significa acreditar em alguém ou alguma coisa, sem ter nada em troca nem recompensa. Acreditar que só pensando, as pessoas iriam realizar o que eu julgo importante e necessário.

Novamente pensando em situações reais que encontro na minha vida, por várias vezes exerci esse poder, contudo poucas vezes consegui sucesso. Por mais que acredite nas pessoas, poucas vezes fazem exatamente o que penso ou espero.

Se pensar nos dois poderes, esse é melhor que o primeiro.

Pensei em um terceiro poder. O poder da oratória. Um dos melhores poder, pois ao sabermos expressar nossos conceitos, posições e idéias, conseguimos que muitas pessoas pensem e reflitam sobre os mesmo pontos que acreditamos.

Esse poder aplicado no meu cotidiano, às vezes funciona, às vezes não. Em diversas oportunidades converso com as pessoas, exponho minhas idéias, experiências de vida e consigo ter um bom retorno. Mesmo assim, existem pessoas que não ligam para o que falamos.

Agora, o melhor poder que cada um de nós possuímos, sem dúvida nenhuma é o poder do Exemplo. Com certeza é o melhor poder que temos, ao invés de falarmos ou termo fé, devemos dar o exemplo e mostrar as pessoas que estão ao nosso redor como enfrentar as situações do nosso dia a dia.

A melhor maneira de ensinar meu filho tem sido através do exemplo. Digo a ele como quero que faça as coisas e mostro a maneira que acho correta. Ao tomar banho, escovar os dentes, guardar as coisas. Em tudo, quando dou exemplo, vejo que ele aprende rápido.

Com as pessoas ao redor, mesma situação, quando cobro uma situação que estou fazendo, automaticamente tenho um maior retorno do que só por palavras ou fé.

Que todos nós, tenhamos a consciência de que, se quisermos um mundo melhor, vamos dar nosso exemplo. Com isso eu tenho a absoluta certeza que ensinaremos as pessoas que amamos da melhor forma.

Usem os seus poderes para o bem. Faça um mundo melhor.

Para terminar, gostaria que você refletisse sobre esse pensamento de autor desconhecido, penso muito sobre ele e tento guiar minha vida para ter o sucesso esperado deste pensamento

“Existem muitas maneiras de medir o sucesso; mas nenhuma delas se compara com a descrição que seu filho faz de você quando conversa com um amigo”.

domingo, 2 de maio de 2010

Professor, o por que desta vida

Várias vezes me peguei pensando por que escolhi ser Professor. Acho que tudo na vida temos que analisar os prós e contras, porém descobri dentro de uma sala de aula, que a vida de professor era e é o que eu quero para mim. O convívio com pessoas, o ensino, a troca de experiências. Isso me fascina e me faz sentir prazer na minha profissão.

Existe um texto de Howard Hendricks que eu gosto muito e dá exatamente uma visão muito boa do que é ser um bom professor e formar caratér e opinião.

O texto chama:

"Eu não acredito em uma só palavra"

Quando cheguei à quinta série, eu carregava comigo todos os problemas de um garoto que se sentia inseguro, carente de amor e de mal com a vida. Em outras palavras, eu era um furacão destruidor. Porém, a Srta. Simon, minha professora, aparentemente imaginava que eu desconhecesse meu problema, porque costumava me dizer:

- Howard, você é o aluno mais malcomportado desta escola!

Eu gostaria que você me dissesse alguma coisa que eu ainda não saiba! – pensava comigo mesmo, enquanto continuava a melhorar (ou piorar) a opinião dela a meu respeito.

É desnecessário dizer que a quinta série foi, provavelmente, o pior ano de minha vida escolar. Finalmente, recebi o diploma – por motivos óbvios. Mas as palavras da Srta. Simon continuavam a soar em meus ouvidos. “Howard, você é o aluno mais malcomportado desta escola!”

Você pode imaginar quais eram as minhas expectativas quando entrei na sexta série. No primeiro dia de aula, minha professora, a Srta. Noe, começou a fazer a chamada, e não demorou muito para dizer o meu nome.

- Howard Hendricks – ela disse bem alto, desviando os olhos da lista para o lugar em que eu estava sentado com os braços cruzados, apenas aguardando o momento de entrar em ação. Ela olhou para mim por alguns instantes e prosseguiu: - Tenho ouvido falar muito de você. – Em seguida, sorriu e complementou: - Mas eu não acredito em uma só palavra!

Vou contar-lhe uma coisa. Aquele momento foi o ponto decisivo, não apenas em minha educação, mas também em minha vida. De repente, inesperadamente, alguém acreditou em mim. A Srta. Noe incumbiu-me de tarefas especiais. Ela me solicitava pequenos serviços. Convidava-me para ir a sua casa depois da escola para me dar aulas de reforço sobre leitura e aritmética. Ela me desafiava a alcançar padrões cada vez mais altos.

Eu não queria desapontá-la por nada deste mundo. Certa vez, envolvi-me tanto com um dever de casa que fiquei acordado até 1h30 da madrugada para terminá-lo! Meu pai apareceu no hall e perguntou:

- O que houve filho? Está doente?

- Não, estou fazendo meu dever de casa – respondi.

Ele piscou e coçou os olhos para ter certeza de que estava acordado. Ele nunca me ouvira dizer tal coisa antes.

O que fez diferença entre a quinta e sexta séries? O fato de alguém estar disposto a dar-me uma chance. Alguém se dispôs a acreditar em mim e me desafiou a ter expectativas mais amplas. Aquilo foi um risco, porque não havia garantias de que eu mereceria a confiança da Srta. Noe.

Todos apreciam o bom trabalho de um mentor, principalmente quando seus esforços resultam em sucesso – um atleta famoso, um empresário próspero, um advogado brilhante, um comunicador de grande talento. Mas quantos de nós desejamos dar início a esse trabalho?

Howard Hendricks

São por esses motivos que cada dia que passa eu penso em melhorar como professor, tento a medida do possível não apenas passar o conhecimento, penso sim e ajudar a formar realmente seres humanos, com dignidade, responsabilidade. Verdadeiros cidadãos.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Como amar uma pessoa

Certa vez uma garotinha perguntou para mãe:

- Mãe, como faço para demonstrar meu amor por uma pessoa?

A mãe, muito sábia, usou o exemplo da areia. Disse para a filha, pegue um punhado de areia, agora segure o mais firme que você puder.

A filha prontamente pegou a areia e apertou o mais forte que pode, percebeu que a areia começou a escapar pelos dedos. Ai disse para mãe: - Não está dando certo, além de machucar a minha mão a areia acabou escapando.

A mãe disse então: - Agora pegue um mesmo punhado de areia e deixe a mão espalmada.

Novamente a filha pegou um punhado e ao abrir a mão um vento veio e levou quase toda a areia. A filha triste disse, assim também não deu certo.

A mãe, quase conseguindo expressar o seu sentimento disse: - Agora faça uma conchinha com a mão de modo que nem o vento nem a pressão da sua mão consigam fazer com que perca a areia.

A filha fez a conchinha e viu que a areia estava lá, todo ela na sua mão.

Foi quando a mãe disse a filha: - Sabe filha, assim é como devemos agir quando amamos uma pessoa, não devemos sufocar a pessoa afim de protegê-la tanto, mas também não podemos deixar essa mesma totalmente livre. Temos que achar um meio termo para dar segurança e proteção e ao mesmo tempo liberdade, pois só com a liberdade a pessoa amada encontrará a felicidade e terá confiança nela mesmo.

Autor desconhecido

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pense em Mim

Inspiração dos meus sonhos, não quero acordar.
Quero ficar só contigo, não vou poder voar.
pra que parar pra refletir se meu reflexo é você?
Aprendendo uma só vida, compartilhando prazer.

Por que parece que na hora eu não vou agüentar,
Se eu sempre tive força e nunca parei de lutar?

Como num filme no final tudo vai dar certo.
Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto?


Pensa em mim
Que eu tô pensando em você
E me diz
O que eu quero te dizer
Vem pra cá, pra ver que juntos estamos
E te falar
Mais uma vez que te amo

O tempo que passamos juntos vai ficar pra sempre,
Intimidades, brincadeiras, só a gente entende.

Pra quem fala que namorar é perder tempo eu digo:
Ha muito tempo eu não cresci o que eu cresci contigo.

Juntos no balanço da rede, sob o céu estrelado,
O tempo para quando eu fico, em seu lado.

A noite chega eu fecho os olhos e é você que eu vejo,
Como queria estar contigo eu paro e faço um desejo:

Pensa em mim
Que eu tô pensando em você
E me diz
O que eu quero te dizer
Vem prá cá, pra ver que juntos estamos
E te falar
Mais uma vez que te amo

Bernardo Faria / Conrado D´ávila

terça-feira, 30 de março de 2010

Objetivos

Esses dias estava vendo a propaganda da Ford sobre o carro Ecosport. A propaganda que estou falando é daquele jovem que acorda todo o dia e vê uma lista de coisas para fazer e diz: “Hoje é o meu ultimo dia de vida”.

Analisando a propaganda consegui tirar alguns pontos muito importantes para a vida de cada um de nós. Está certo que não devemos nunca acordar pensando que será o nosso último dia de vida. Penso que se tivéssemos certeza que seria o último dia buscaríamos fazer somente as coisas que mais gostamos na vida. Porém, a realidade é outra. Temos que cumprir certos deveres profissionais, familiares e com a sociedade que certamente, se fosse o último dia talvez não faríamos.

O ponto que vejo de interessante na propaganda é que o personagem tem suas metas e objetivos. Tem a consciência do que lhe faz bem e o que deixa feliz. E eu acho que um homem sem metas (objetivos) não consegue ter a felicidade plena.

Semana passada, estava conversando com alguns alunos e uma declaração de um me deixou preocupado e muito pensativo. Quando eu disse o que eles buscavam para a vida profissional, um deles disse o seguinte: “Fessor, para mim uns R$ 800,00 está bom. Com isso consigo comprar a minha Titãn (moto da Honda) por R$ 250,00. Com mais R$ 100,00 pago o “gás” dela, guardo uns R$ 50,00 para manutenção e com o resto, ou seja, R$ 400,00, me mantenho comprando umas “peitas” para dar um role”.

Confesso que esse pensamento do aluno me fez refletir e aprender algumas gírias novas. Por exemplo, precisei conversar com outro aluno para descobrir que peitas nada mais é que camisetas.

Contudo, o que mais me chamou a atenção e me deixou um pouco preocupado é que o sonho deste aluno, talvez pela sociedade na qual vive, é um sonho “pequeno”, sem muitas ambições. Comentei com a classe dizendo que admiro e incentivo muito a todos fazerem metas, traçar objetivos. Desafiei todos a pensarem grande, ter objetivos e metas mais desafiadoras, com possibilidade de crescimento.

Fiz uma pergunta a todos os alunos, se alguém gostaria de receber por mês um salário de R$ 10.000,00? Todos adoraram a idéia, concordando que seria um salário bom, que daria para conseguir realizar todos os seus sonhos e tal. Eu disse que cada um podia ter em mente essa meta, com ela na cabeça poderiam estudar meios lícitos de conseguirem alcançar seus objetivos, vendo áreas promissoras, empregos em ascendência, escolas e cursos profissionalizantes, oportunidades.

Sempre tive em mente que uma pessoa sem metas, não terá uma orientação, sempre se contentará com pouco, não aproveitará as oportunidades oferecidas pela vida.

Por isso meu amigo, lute, trace metas, busque sempre o melhor para você, seus amigos e familiares. Assim, fazendo sempre o melhor, terá o melhor para você.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Década de sucesso, uma família feliz

Esse ano completa uma década que conheci a mulher da minha vida. O começo foi uma paixão fulminante, aos poucos descobri que a paixão na verdade era um amor sincero e puro.

Apesar do nosso amor, tivemos algumas dificuldades no inicio de nosso namoro, precisamos aprender a lidar com diferenças, ciúmes e a ter respeito um pelo outro.

Do instante de decidirmos nos casar até o casamento, se passaram 28 dias apenas. Algumas pessoas acharam que a Irys estava grávida, poucas acreditaram que dois jovens de apenas 23 anos, estudantes, estavam para se casar.

O casamento foi lindo e aconteceu graças aos muitos amigos que cultivamos durante a nossa vida, só para se ter uma idéia, a menos de 24 horas do casamento precisei achar um padrinho para o meu casamento. Recorri à um amigo, Felipe, que aceitou de prontidão.

O vestido foi emprestado, minha tia Vera ficou uma noite em claro arrumando a barra do vestido, veio de São Paulo só para isso. O bolo e comes foram feitos por algumas irmãs da igreja. A pianista Carol, falei com ela menos de uma semana do casamento.

Nos primeiros anos aprendemos muito um com os outros, brigamos, nos amamos, curtimos a vida a dois. Passamos por momentos de dificuldades e alegrias. Viajamos, namoramos, saímos para almoçar e jantar. Estava tudo muito lindo, aprendemos a planejar e ter as nossas coisas. Cada objeto ou conquista era comemorado. Nossa geladeira, TV.

Mas ainda faltava alguma coisa. Foi quando depois de mais de um ano tentando o fruto de nosso amor aflorou. Seu nome Gabriel. Nos fez pensar que não sabíamos nada, a dar valor um ao outro. Entender e se preocupar mais com a vida da família em vez de nós mesmos. Eu penso e digo que ter uma família é aprender a cada dia a ser mais humilde, aprender com seus erros e acertos, ser mais bondoso e cordial. Aprender a ouvir com atenção. Fazer muitas vezes à vontade da família em vez da sua. Aceitar as diferenças. Perdoar.

Com certeza a família faz com que nos tornemos pessoas melhores. Temos que criar a coragem para perguntar sempre: “O que posso fazer para te deixar mais feliz?”. Devemos sempre procurar orar um pelo outro, pedindo a Papai do Céu a sua proteção e benção.

Existe uma frase de Martinho Lutero que eu gosto muito que é: “Que a esposa deixe o marido feliz quando ele volta para casa, e que ele a deixe triste ao vê-lo partir”

Não que meu casamento possa servir de parâmetro para alguém, mas gostaria de deixar algumas dicas para um casamento ou relacionamento ter sucesso:

Iniciar cada dia com um beijo
Aceitar as diferenças
Sorrir com freqüência para o parceiro(a)
Conversar e planejar sobre o futuro
Demonstrar respeito
Incentivar
Cuidar da aparência
Perdoar
Trocar elogios
Recordar os bons momentos da vida em comum
Dizer: “Eu amo você”
Andar de mãos dadas

Tenho certeza que qualquer casal que seguir esses passos terá felicidade e sucesso em seu relacionamento.

Declaro para todo o mundo o meu grande amor pela minha família, minha esposa Irys e meu filho Gabriel. Hoje não me vejo no mundo sem eles por perto. Eles são o meu norte, meu alicerce para uma vida de sucesso, uma vida feliz.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Nunca perca a oportunidade de pedir perdão

Gostaria de começar contando uma história que aconteceu comigo em 2002. Para entenderem melhor vou voltar até o ano de 2000.

Em 2000, morava em um república e chegamos ter sete membros morando juntos. Dos sete estudantes, tinha alguns que para mim era especial. Branca, Mineiro, Bum e o Tubaína eram os meus amigos mais chegados. Com o passar do tempo a república foi se desfazendo e acabamos formando uma nova república com apenas 4 jovens. Eu, Mineiro, Bum e Branca. Vivemos bons momentos juntos, mas no final de 2001 tive uma discussão e desilusão muita séria com o Mineiro. Com essa discussão tivemos a partilha da república. Fiquei morando com o Branca enquanto o Mineiro e o Bum formaram uma nova república.

Com isso, minha amizade com o Branca se fortaleceu. Contudo, não falava mais com os outros dois. Mesmo as vezes, quando nos cruzávamos nos corredores da faculdade não conversávamos.

No meio do ano de 2002. Em um torneio de futsal na Puc-Campinas, cheguei a discutir com um outro rapaz chamado Walter. Tinha ai criado mais uma inimizade. Por causa do orgulho não falava com nenhum dos três rapazes.

No último dia de trabalho de 2002, bem perto das festas natalinas, por volta das 3h da manhã recebi um telefonema do Branca, que morava na mesma cidade que o Bum me informando que infelizmente o Bum tinha acabado de falecer. Foi um baque, pois ele era jovem, cheio de saúde, brincalhão. Éramos bem parecidos, trabalhávamos na mesma empresa, tínhamos o mesmo nome, gostávamos quase das mesmas coisas. Só torcíamos para times diferentes e eu era mais bonito.

Fiquei sem saber o que fazer. Pensei comigo se deveria ou não ir ao enterro prestar uma última homenagem a uma pessoa que aprendi a gostar tanto. No mesmo telefonema, perguntei para o Branca o que ele achava que deveria fazer, lógico que estava me acovardando em tomar uma decisão e esperava que alguém dissesse para mim o que fazer nesta situação. Porém, para o meu desespero ele disse que somente eu saberia o que fazer. Não dormi o resto da noite.

Estava recém-casado e perguntei a minha esposa o que ela achava, ele me disse praticamente a mesma coisa. Entrei em parafuso. Tinha um rapaz que iria para a cidade dele por volta das nove horas da manhã, então não poderia ficar esperando muito para tomar essa minha decisão. Resolvi escutar o meu coração e fui até o enterro.

Na viagem até Vargem Grande do Sul fiquei pensando em várias palavras de conforto para passar para a família. Fui relembrando dos momentos de alegria que passamos juntos e nem vi a viagem.

Cheguei lá, descobri que tinha morrido também um outro jovem com ele. Foi uma batida de carro. Dizem as testemunhas que ele foi cumprimentar os frentistas de um posto e com isso virou um pouco o volante e bateu em uma quina de um muro. A força do impacto matou ele e o rapaz que o acompanhava.

Durante o funeral tudo ocorreu bem, seus familiares que me conheciam nem tinham me visto, sua mãe estava desconsolada. Foram horas complicadas. Mas o instante mais marcante que eu vive até hoje, e tenho certeza disso, pois sempre lembro da situação, aconteceu logo após enterrarem o caixão. Até então o seu pai não tinha derrubado uma lágrima.

Depois que o enterraram, sua mãe enfim levantou a cabeça e ao me ver, começou a andar para trás e apontar para mim e chorar. O pessoal da cidade, que não me conhecia perguntavam: "Quem é ele?", outros diziam: "Tirem-no daqui". E quando já me pegavam pelos braços foi que a mãe dele disse: "Não, soltem-no" e correu para me abraçar. Junto veio o Pai e a irmã (Paty). Sua mãe me abraçou muito forte e me fez um pedido que até hoje marca meu coração, ele me pediu: "Perdoe o meu filho, ele gostava muito de você". Seu pai começou a chorar e eu não tinha o que falar nem o que fazer. Afinal de contas, a briga nunca foi com ele.

Pedi perdão também e nos abraçamos muito.

Na viagem da volta só conseguia pensar na briga que tinha tido com o Waltão há menos de 6 meses. Resolvi no caminho de volta ainda que iria pedir perdão e desculpas para esse meu amigo, pois se acontecesse alguma coisa para ele ou para mim seria difícil.

Ao chegar em Campinas, liguei para o Waltão, conversamos e hoje está tudo bem entre nós. Depois de 3 anos acabei dando aulas para o irmão mais novo dele e hoje temos uma ótima amizade.

O que eu pude aprender dessa ocasião foi que não podemos perder as oportunidades que temos em pedir perdão, perdoar, fazer o bem, fortalecer as amizades. Essas coisas não podemos deixar para amanhã, temos que fazer quando temos as oportunidades, mesmo não sendo nós, os principais causadores dos problemas, devemos sim ser a solução mais rápida. Principalmente quando temos a oportunidade em nossas mãos.

"Quando praticar qualquer falta, procure remediá-la e não desculpá-la."
Duque de La Rochefoucauld

Abraço